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sexta-feira, novembro 16, 2007

Bento XVI conhece desertificação humana da diocese da Guarda

RESCALDO DA VISITA AD LIMINA DO BISPO DA DIOCESE JUNTO DE BENTO XVI
Terminou, na segunda-feira, 12 de Novembro, a Visita “ad limina” dos Bispos Portugueses. Com eles vem a Mensagem do Santo Padre para todas e cada uma das comunidades de Fé do País. Aos bispos foi lembrado, na fidelidade ao espírito do Grande Jubileu do ano 2000, que, na Igreja em Portugal, há um défice de participação na vida comunitária e que é necessário encontrar novas formas de participação nessa mesma vida comunitária. Como resposta ao crescente número de cristãos não praticantes existentes em Portugal, o Papa convidou os Bispos de Portugal a rever as formas e os métodos da Iniciação Cristã que estão a pôr em prática nas comunidades. Na audiência particular que concedeu a D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, o Santo Padre começou por revelar conhecimento da relativa desertificação humana de que a Diocese está a ser vítima. Segundo D. Manuel Felício, o Papa “aceitou que lhe confiasse os sentimentos de amor e veneração profunda que os fiéis da nossa Diocese têm pela figura do Sucessor de Pedro e perguntou pela nossa Catequese. Referi-lhe os esforços que estamos à fazer para levar a formação na Fé a todos os fiéis e comunidades de fé da Diocese, partindo do Catecismo da Igreja Católica. Perguntou-me, a esse propósito, se estávamos a sentir dificuldades e eu não lhas escondi. Ficou contente, quando lhe disse que a nossa Diocese tem uma grande tradição de espiritualidade laical centrada no amor à Eucaristia e também quando lhe disse que daqui partiram muitos sacerdotes, religiosos, religiosas e missionários para outras dioceses do nosso país, para congregações religiosas e para a missão “ad gentes”. Quando lhe referi que, nos últimos anos, o número dessas vocações tem diminuído, comentou dizendo que tal se deve também ao reduzido número de filhos por família. Eu disse-lhe do esforço que estamos a fazer para promover as vocações sacerdotais e para dar a melhor formação aos nossos futuros padres, sem lhe esconder alguns problemas novos que se referem à nova relação dos nosso Seminário Maior com o Instituto Superior de Teologia e, através dele, com a Universidade Católica e do Seminário Menor com as outras escolas. Esteve especialmente atento quando lhe falei dos nossos sacerdotes, das propostas de formação permanente espiritual e teológico-pastoral, e também dos esforço que continuamos a fazer para articular bem o Ministério Sacerdotal com os outros serviços eclesiais, a começar pelo Ministério do Diaconado Permanente, o significativo número de comunidades religiosas que temos espalhadas pela Diocese e também com os muitos leigos, que, tendo formação básica, se encontram espalhados pelas nossas paróquias. Não lhe escondi que a nova situação decorrente da diminuição do número de pessoas, pelo menos em algumas zonas da Diocese, e de sacerdotes está a exigir uma efectiva reorganização das paróquias. Pediu-me para comunicar à nossa Diocese que o Papa reza por todos e para todos tem um lugar no seu coração”.
Em relação às recomendações de Bento XVI, D. Manuel Felício adianta: “sinto que também nós não podemos ficar indiferentes sobretudo a duas interpelações que ele faz na sua mensagem final e que já é conhecida do público. Uma é concreta e refere-se à Iniciação Cristã que estamos a fazer ou não nas nossas comunidades de Fé. A outra aparece com conteúdos menos definidos, mas nem por isso é menos interpelativa. Estou a pensar no apelo que ele faz para ‘mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros’. Sobretudo esta última interpelação sinto que ela pede uma revisão ao conjunto da nossa acção pastoral e, por isso, desejo que ela seja também sentida e respondida, com criatividade e coragem, pelo nosso Presbitério, no qual me incluo, pelos nossos diáconos, pelos religiosos, religiosas, leigos consagrados e suas comunidades, pelos movimentos e serviços diocesanos, assim como por todos os leigos e suas organizações. Não está especificado o conteúdo desta segunda interpelação, certamente porque a resposta tem de ser diferente conforme são diferentes as situações sociais e eclesiais existentes no nosso país”.Perante estes desafios, D. Manuel Felício pede “que Deus nos ajude na aventura de preparar o futuro da Fé no nosso país e na nossa cultura”.

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