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quarta-feira, janeiro 10, 2007

Obrigado Zagreb!!!


O Encontro Europeu destes dias completa uma longa espera. Já nos anos 70 os jovens da Croácia nos perguntavam quando viríamos até eles. Hoje, finalmente, podemos dizer: Obrigado, Zagreb, por nos acolher! E para que os croatas nos compreendam, digo-o também em croata: Hvala Zagreb na vasem gostoprimstvu.
Muitos jovens perguntam-se: Qual será o meu futuro? Qual será o futuro das nossas sociedades, dos nossos países? Cresce uma insegurança material, mesmo na nossa Europa próspera. O desemprego que empurra muitos para a emigração, a violência, as injustiças gritantes, os desequilíbrios ecológicos abalam a confiança na vida. Imensas desigualdades alimentam um medo do futuro.
E apesar disso são numerosos os sinais de esperança. Hoje é-nos dado ver um deles: “tantos jovens estão prontos para tornar mais visível a unidade da família humana, eles estão dispostos a não ficar passivos, mas a pôr-se a caminho com a confiança de que um futuro de paz é possível”. (meditação do irmão Alois na noite do dia 28 de Dezembro, na abertura do Encontro Europeu de Jovens).
Um futuro de Paz! Foi um dos sinais de esperança que foi dado a conhecer e a ver a cada um dos 40 000 jovens que participaram no 29º Encontro Europeu de Jovens, promovido pela Comunidade Taizé, e que este ano se realizou em Zagreb, capital da Croácia. Da nossa diocese, foram 7 os jovens que partiram rumo à Croácia, dia 26 de Dezembro, como voluntários, com a finalidade de ajudar nos últimos preparativos deste encontro.
Nestes dias os vários jovens de todos os continentes tiveram oportunidade de falar de Paz nas orações, nos workshops, nas paróquias que os acolheram na cidade. De salientar o workshop promovido na mesquita de Zagreb e que tivemos oportunidade de assistir. Foram 500, os jovens sentados no chão, cumprindo os preceitos islâmicos de entrada nas mesquitas, a ouvir um coro de 3 jovens islâmicas a cantar e ouvindo sobretudo as palavras do imã da mesquita: “esta mesquita cheia, e aberta a todos, prova a sã convivência entre todas as religiões”. Marcaram-nos estas palavras, sobretudo assistindo ao efusivo e prolongado aplauso que os jovens deram ao imã depois de ele dizer isto. O sentimento de paz entre todos os povos é o que interessa a todos os jovens.
A cidade preparou-se desde Setembro para receber os jovens, e fomos todos muito bem recebidos pelo povo croata. Muitas foram as famílias que se prontificaram em acolher todos os jovens desta peregrinação. Com tradições, culturas e maneiras de estar na vida diferentes das por nós habituadas, abriram-nos as portas de suas casas, empenharam-se e deram-nos o conforto e o calor humano necessário para enfrentarmos diariamente o frio que se fazia sentir.
A comunidade entregou também aos jovens de cada País um ícone oriundo do Egipto e datado do séc. VI, que simboliza Cristo a por a mão sobre o ombro do amigo, para o acompanhar, para caminhar com ele. Todos nós nos podemos reconhecer neste amigo de Cristo. Este ícone lembra o coração do Evangelho: “apesar de, ressuscitado, Cristo ser invisível aos nossos olhos, podemos confiar-nos à sua presença. Ele acompanha cada ser humano. Olhar para este ícone, já é exprimir uma oração que nos une a Deus. E esta amizade vivemo-la também entre nós. Cristo reuniu-nos numa só comunhão, a comunhão da Igreja. Alarguemos então esta amizade, ultrapassemos as separações que subsistem! Se pudéssemos fazer tudo para que seja mais evidente que a Igreja é um lugar de amizade para todos!” (meditação do irmão Alois, dia 31 de Dezembro na última oração no Encontro Europeu de Jovens)
Agora, cabe a cada um de nós, de regresso a casa, continuar a nossa peregrinação!



Pedro, Tânia e Zélia

1 comentário:

Anónimo disse...

Depois do vosso "Obrigado, Zagreb!", fica o obrigado dos leitores pela vossa partilha.
Luís Monteiro